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Aprendendo a construir colunas

Em maio desse ano completou nove anos desde que meu irmão se foi. Como muitos de vocês já conhecem a história a partir do meu texto publicado aqui no ano passado ( esse texto ), Wolf foi morto num assalto em frente à faculdade onde estudava. Se a morte dele ainda dói? Sim, muito. Irá doer para sempre. Mas diferente dos sete anos anteriores, desde o ano passado venho enfrentando isso com muito mais força do que antes. Tanto que nesse ano deixei se passarem mais de dois meses da data da morte para escrever algo, porque me senti muito bem no dia 27 de maio desse ano. Sim, ao final do dia chorei. Revivi em minha cabeça toda a cena, que prefiro não contar aqui. E foi isso. Nada de crises histéricas, nada de medicamentos para dormir como em tempos passados. 

Em conversa com uma amiga há uns meses ela me fez chegar a uma conclusão interessante: quando cresci construí minha vida em cima de três colunas: minha mãe, meu pai e meu irmão. Uma dessas colunas se quebrou no dia 27 de maio de 2004. Desde então minha vida passou a ser afixada em apenas duas colunas. E só agora entendi que duas colunas são muito pouco para manter minha vida em pé, por mais que essas colunas sejam fortes o suficiente para suportar qualquer tempestade. Preciso construir minhas colunas por conta própria. Preciso aprender a andar sozinha. 

E eu que pensei que sempre fosse independente demais e que já soubesse conduzir minha vida, vi o quanto ainda estava dependente. De meus pais, e até alguns dias atrás de meu emprego. Sim, eu trabalhava numa empresa excelente. E mais: a Spiegel sempre foi meu sonho de infância. Desde criança no Brasil sonhava em um dia estar na Spiegel. Minha família inteira sonhava com isso. Depois de estar lá e ver que tinha realizado um sonho senti que faltava algo. O que faltava era exatamente essa sensação de independência. 

Foi essa necessidade de independência, de tomar minhas próprias decisões, aliada a um convite irrecusável, que me levou a sair da Spiegel e ingressar na DW - Deutsche Welle, uma das maiores agências de notícias do mundo. Na DW não tive influência de ninguém. A decisão pela mudança de emprego foi minha. Só minha, e me sinto muito bem com isso. Sinto que agora estou conduzindo minha vida conforme minhas próprias decisões. 

Em 2014 a morte de meu irmão irá completar 10 anos. A família está tentando organizar algo especial para relembrar a memória dele. Estamos inclusive tentando reunir aqui parentes e alguns amigos dele que moram no Brasil, além da Graciella, namorada dele na época e que hoje é modelo no Brasil - sempre nos falamos e ela fala da saudade da minha família. Será bom vê-la novamente. Se tudo der certo vamos conseguir até uma homenagem do Dortmund, time de futebol do coração do meu irmão.

Agora, mais madura e consciente das coisas que aconteceram na minha vida, entendi que preciso me conduzir. Não posso me apegar a desejos familiares nem lembranças do passado. E é isso que estou fazendo. Estou indo em frente. Construindo minhas próprias colunas. 

Estou compartilhando isso aqui porque, no texto que escrevi no ano passado recebi muitas palavras de apoio. Pessoas que passaram pela mesma experiência que eu e que compartilharam comigo seus sentimentos. Foi bom ver que eu não era a única. Sei do risco que corri ao expor coisas da minha vida pessoal na internet, mas foi bom o que aconteceu depois. Conheci gente agradável e com palavras bonitas. E é para essas pessoas, que passaram pela mesma experiência que eu, que digo agora que vale a pena seguir em frente. Se prender à tragédia do passado pode ser péssimo. Siga em frente. 

Abraços!

Quem vai para o inferno?

Nossa, já se vão exatos 4 meses que não escrevo aqui! Me perdoem os amigos que frequentam esse blog (e que descobri serem muitos, que ótimo). É bom saber que tanta gente lê o que eu escrevo.

Recebo emails diariamente vindos de varias partes do mundo, em especial o Brasil, comentando meus textos, alguns apoiando, outros criticando, mas gosto disso. É bom saber que as pessoas se sentem a vontade para manifestar sua opinião.

Num dos emails que recebi a pessoa que se identificou apenas como sendo "pernambucana da Bahia" disse estar preocupada com minha vida espiritual. Disse que o fato de eu ter me "afastado" de Deus devido a alguns acontecimentos (que vocês podem descobrir nos textos anteriores) pode me levar ao inferno. Disse ainda que Deus é amor, mas também é Justiça. E outras coisas que prefiro não publicar aqui. 

Vamos lá. Antes de mais nada agradeço o email, mas lamento a não identificação - como disse no email que enviei como resposta  Penso que se ocultar atrás de nicknames demonstra uma certa falta de coragem em dialogar. Mas ainda assim achei que deveria responder. Primeiro preciso esclarecer o que penso sobre Deus, e é bem diferente desse deus de "justiça" que você tenta apresentar. Penso que a única justiça que Deus promove é a justiça social, a que faz com que todos tenham o mesmo direito na sociedade e penso também que qualquer pessoa ou instituição que promove a justiça é um agente divino. Mas além disso, um deus que "pune" de forma justiceira (desculpem, essa palavra existe?) só existe na cabeça de pessoas que usam a fé como arma de medo para aprisionar gente que não sabe exatamente onde quer chegar e precisa de uma corda para se segurar, caso contrário cairá no chão. A religião não pode ser uma corda que me conduz, mas o equilíbrio para que eu atravesse sozinha. 

Ainda continuando não acredito na existência do inferno pregado pela cultura popular, aquele com ambiente vermelho com um diabo de roupa brilhante e armas nas mãos, e gente gritando e gemendo em todo o lugar. Precisamos rever o conceito de inferno. Aliás, penso que o inferno é mais um conceito do que um lugar. Inferno pode ser qualquer lugar. Assim como penso que o ceu também pode ser qualquer lugar. Eu posso fazer minha casa um ceu ou um inferno, eu posso fazer da minha vida um ceu ou um inferno. Tudo depende da forma como administro meus dias. Quando Jesus disse que o "Reino de Deus" era visível, ele não falava de nenhum castelo imperial com guardas nas portas e  trono de ouro com um grande soberano sentado. O Reino de Deus era uma forma de ver o mundo, uma forma bela, uma forma de viver que pode ser comparado a um reino divino, onde os princípios de Deus fazem acontecer. 

Desculpe, mas não acredito nesse Deus que você tenta me pregar nem no inferno para onde você diz que eu talvez vá. Acredito num estilo de vida que possa ser comparado a um inferno, e tenho trabalhado muito para que meus dias fiquem longe disso. 

Deus ama a todos. Até mesmo a mim!

Hoje de manhã conheci um grupo de cristãos que se reúnem aos domingos para cantar e pregar, mas sem uma igreja estabelecida e sem ligação com qualquer outra religião. Alguns já são membros de alguma igreja, outros como eu não pertencem a lugar nenhum, mas mantém - ou recuperaram, como eu - a chama de Deus acesa em si. Aliás, algumas das pessoas que frequentam o grupo o chamam de Chama de Deus (Die Flamme Gottes). A ideia é exatamente fazer reuniões leves e sem compromisso com doutrinas, com estatutos eclesiais. Um conhecido me indicou o grupo e hoje fui conhecer. A reunião hoje foi próximo ao Jannowitzbrücke, na Alexanderstraße. Para mim foi um pouco longe, mas gostei tanto que depois nem me importei com a distância. 

Na reunião o líder disse ser admirador de Jurgen Moltmann assim como eu, e falou sobre não termos motivo nenhum para sermos motivo do amor de Deus, mas mesmo assim ele nos ama. Falou sobre Deus não pedir contrapartida para nos dedicar amor. Não é o tipo de amor que diz "eu te amo, mas eu quero ser amado também". Ele ama independente de ser recíproco ou não. Aí parei para pensar quanta bobagem já fiz e falei e mesmo assim ele ainda me ama. Já briguei com gente que não devia, falei coisas pesadas a respeito de Deus e me revoltei com a fé, mas mesmo assim o amor dele permaneceu o mesmo, intacto. Já me relacionei com gente que não devia e afastei gente que me queria bem. Errei várias vezes, tive de voltar atrás e refazer as coisas de novo, e lá estava ele, Deus, me amando e me apoiando. 

Como a reunião não é necessariamente um culto, lá temos liberdade para interromper e contar nossas experiências pessoais. Pedi permissão e falei lá o que eu escrevi acima. E o líder disse uma coisa bastante interessante: "Deus ama a Liesel, com tudo o que signifique ser Liesel. Deus não ama apenas o lado religioso e bom da Liesel, ele ama por inteiro". 

Que bom! Deus ama a Liesel, não apenas quando ela está ajudando deficientes a desembarcar do metrô ou cozinhando com a mãe em Hamburgo, mas também quando ela está brigando no telefone com a prestadora de luz, ou quando ela tem crises a respeito da fé. Deus ama a Liesel quando ela está no consultório da psiquiatra. Deus me amava quando eu passava momentos bastante difíceis em crises que eu pensava que iriam me consumir. 

E o líder encerrou a reunião nos levando a agradecer por esse amor, e pelas pessoas que nos fazem ver o amor de Deus em nós. Agradeci a Deus pelos meus amigos, pelo tempo em que passei na Czeck Republick fazendo treinamento e pelos amigos que fiz. Agradeci pelos livros sobre Deus que li. Agradeci pelas coisas simples da vida que me fazem ver Deus, como o sol que nasce em meio a um dia gelado do inverno europeu, que esse ano mostrou toda sua força. 

Gostei do grupo, e pretendo frequentá-lo mais vezes. 

Por que gosto de escrever em português

Há alguns dias uma pessoa me perguntou via inbox no Facebook porque eu escrevo no Twitter, Facebook e meu blog em português, sendo que sou alemã e moro agora na Alemanha. Levantaram até a hipótese de eu ser um fake, perfil falso criado com a intenção de interagir sem se identificar pessoalmente. Pra desfazer essa ideia do fake resolvi explicar porque escrevo em português.
 
Apesar de ser alemã e de morar na Alemanha, cresci no Brasil. Meu primeiro idioma foi o português. Aprendi a ler e escrever e, português, para só depois de alguns anos de vida aprender o alemão. Meus pais pensaram que, já que iriam viver no Brasil, seria melhor que eu me adaptasse primeiro ao idioma que eu iria usar nas ruas para, só depois, aprender o idioma pátrio. Por isso tive muita facilidade com o português. Ainda carrego algum sotaque, mas isso é impossível de tirar. E eu já tentei.
 
Crescer no Brasil foi uma experiência única para mim. Conhecer a cultura de um povo tão diferente da minha família, com uma visão de mundo tão peculiar foi algo enriquecedor. Gosto muito do Brasil. Gsto dos brasileiros. São pessoas animadas. Pessoas alegres que sabem rir dos próprios problemas. O unico defeito dos brasileiros é rir demais ds problemas e se acomodar na hora de buscar soluções, ou de cobrar soluções a quem deve prover, como os políticos. Mas eu amo o Brasil. Independente da tragédia que assolou minha família enquanto morávamos em São Paulo.
 
As vezes acho o portugues um idioma engessado demais para um povo tão alegre. Um povo simples com um idioma tão complexo. Um povo tão imformal com um idioma tão formal. Para quem não sabe, o português está entre os idiomas mais difíceis de se estudar no mundo, devido à gramática muito elaborada e rica em detalhes. Isso para um povo parecido com o americano, que insiste em simplificar a vida, é uma tarefa difícil. Por isso não é difícil ver brasileiros errando feio com o idioma português. Não é má vontade do brasileiro. É cultural. Brasileiro gosta de simplificar as coisas, e é natural que tentem simplificar o próprio idioma, nem que para isso cometam erros grotescos. Até isso no brasileiro é divertido.
 
Acho o português um idioma lindo. E falar português, para mim, é uma identificação com esse povo lindo. Com a língua portuguesa me comunico com queridos que moram no Brasil, além de outros amigos que fiz em Portugal. Falar português é preservar a minha vida toda a minha infância e adolescência. Algumas vezes preciso recorre ao meu dicionário. Já faz algum tempo que não uso o português com frequência, por isso é normal esquecer alguns detalhes. Esqueço palavras, terminações verbais, uso de artigos e outros detalhes da gramática. Mas nada que me impeça de falar português.
 
Por isso escrevo em português na internet. Não preciso me comunicar em alemão por aqui. Vejo pessoas falando alemão todos os dias. Falo alemão tods os dias. Meus amigos estão aqui, os vejo sempre não preciso da internet para me comunicar com eles. A internet para mim serve para comunicar com os amigos distantes.
 
Espero que tenha ficado esclarecido.

Se eu fosse americana votaria em Mitt Romney



Me lembro em 2008, quando eu ainda morava no Brasil, que o mundo colocou todas as expectativas em Barack Obama. Obama havia virado uma celebridade pop star. Pessoas em todo o mundo vislumbraram com a possibilidade de o promeiro negro chegar à presidência. Eu também entrei nessa ideia e achei que ele poderia realmente colocar os EUA nos eixos depois de 8 anos de uma administração desastrosa de George W. Bush.

Ele foi eleito e, talvez por azar, enfrentou a maior crise econômica da história mundial. Viu americanos perderem dinheiro, viu os muçulmanos dominarem e dar a palavra final. Viu a China crescer e se tornar uma potente nação. Viu s EUA perder a soberania que sempre tiveram no mundo. E ficou nisso: apenas viu. Sem qualquer reação eficiente.

Barack Obama, apesar de muita boa vontade, não teve o pulso firme necessário a um líder de uma nação do porte dos EUA para enfrentar todas as crises que o país passou. Apesar que achei interessante os EUA perder um pouco da imagem de superpoderosos que sempre tiveram. Sempre se consideraram os maiores, os mais poderosos e os que determinam as leis, para que os outros simplesmente obedeçam. A Alemanha mesmo sempre foi uma potência que enfrentou os EUA, com o objetivo de mostrar aos Yankees que eles não podem se considerar os maiores. Mas o que se viu nas mãos de Obama foi uma perda total de influência. Os EUA não são os mesmos.

E Mitt Romney me parece um homem de pulso firme. Sabe o que quer e sabe o que precisa ser feito. Obama continua com a imagem passiva mesmo em meio a campanha, é só lembrar do primeiro debate entre eles. Talvez Romney seja apenas mais um republicano fanfarrão que quer levar o partido ao poder a todo custo. Mas aí é um risco que eu preferiria correr.

Mas nem sou americana. Então não preciso me preocupar tanto com isso. Mas deixo a dica aos amigos americanos.

Wenn ich Amerikaner wäre, würde ich für Mitt Romney stimmen



Ich erinnere mich an 2008, als ich noch in Brasilien leben, dass die Welt alle Erwartungen an Barack Obama gesetzt. Obama hatte eine Berühmtheit Popstar angezapft. Menschen auf der ganzen Welt erblickt die Möglichkeit der promeiro schwarz auf die Präsidentschaft. Ich habe auch diese Idee, und ich dachte, er könnte wirklich die US auf dem Weg nach 8 Jahren eine katastrophale Regierung von George W. Bush.

Er wurde gewählt und vielleicht leider stand vor der größten Wirtschaftskrise in der Weltgeschichte. Er sah Amerikaner Geld verlieren, sah Muslime dominieren und geben das letzte Wort. Saw China wachsen und eine mächtige Nation. S sahen USA verlieren Souveränität jemals in der Welt. Und es war: gerade gesehen haben. Ohne effiziente Reaktion.

Barack Obama hat trotz viel Goodwill nicht die ruhige Hand erforderte eine Führer einer Nation von der Größe der USA, alle Krisen, die das Land hat adressieren. Obwohl ich es interessant, dass die USA ein kleines Bild von Superkräften jemals verlieren gefunden. Immer als die größte, stärkste und die Gesetze, die zu dem, was andere einfach zu gehorchen bestimmen. Deutschland sogar schon immer ein Kraftpaket, das die US konfrontiert, um die Yankees, dass sie nicht betrachtet werden die Größten sein zu zeigen. Aber was wir in den Händen von Obama war ein totaler Verlust von Einfluss. Die USA sind nicht die gleichen.

Und Mitt Romney scheint ein Mann von festen Griff. Wissen Sie, was Sie wollen und wissen, was getan werden muss. Obama setzt sich mit der passiven Bild auch in der Kampagne, nur nicht vergessen, die erste Debatte zwischen ihnen. Vielleicht Romney ist nur ein weiterer Republikaner Buck, die die Partei an die Macht zu nehmen um jeden Preis will. Aber es gibt ein Risiko, dass ich lieber laufen.

Aber weder bin Amerikaner. Also keine Notwendigkeit, viel Sorgen darüber. Aber ich lasse die Spitze der amerikanischen Freunde.

A leveza de Deus

Durante os quase 30 dias que estive na República Tcheca (procurei no Google a versão portuguesa para "Tschechischen Republik", havia me esquecido de como se escrevia.... kkk) tive a oportunidade de conhecer a Malga, uma amiga querida que tem uma visão sobre Deus e religião muito parecida com o que venho lendo ultimamente. Numa de nossas conversas no intervalo do treinamento ela me disse algo que vou guardar pra sempre: "Deus fica muito mais leve quando não vem acompanhado de nenhum credo religioso".

Pensei: por que as religiões seguiram o caminho de afastar as pessoas de Deus? Logo a religião, que por definição deveria aproximar as pessoas do divino. Colocaram ao lado de Deus um conjunto de regras, imposições, manuais, "faça e não faça" que acaba por afastar as pessoas dele. Li outro dia que Jesus disse que o Celeste Reino é como uma moeda perdida. Logo pensei: como comparar uma coisa tão grande com algo tão insignificante? A Malga me disse: porque Deus é simples, quem o complicou foi a religião. Cada religião, ao trazer para si a ideia de que e a única, exclusiva e portadora da verdadeira mensagem sobre Deus acabou por criar um sistema perigoso, que faz com que os que não sigam aquele modo de ver a fé sejam vistos como pessoas infiéis, como pessoas "perdidas". Isso é tão perigoso! Nem Jesus jamais tratou as pessoas assim! Pelo contrário, perdoou mulheres que traíam maridos, almoçou na casa de cobradores de impostos e atendeu ao pedido de uma estrangeira. 

Quando eu leio essas coisas sobre Jesus eu penso quando foi que a religião passou a complicá-lo tanto. Jesus nunca quis fundar um sistema cheio de regras, determinações e ordens a serem seguidas. Não consigo ver Jesus usando as roupas do Papa Benedictus XVI. Não consigo imaginar Jesus sentado num trono de ouro numa catedral majestosa saudando a multidão de longe numa janelinha. Não consigo ver Jesus descendo de um carro luxuoso com as portas abertas por um mordomo que ajeita seu terno caríssimo e limpa seus sapatos. Jesus falava embaixo de árvores. Conversava olho no olho. Lavava os pés dos seus seguidores. Não é ótimo isso? Saber que Jesus era uma pessoa comum, das pessoas, com todo respeito era "uma pessoa qualquer". E como "qualquer" mostrou que Deus é para qualquer um.

Essa mesma amiga me disse: acho que se Nietzche se encontrasse hoje com Jesus diria: "cara, você não faz ideia do que fizeram com sua mensagem". Na hora eu ri mas depois vi que é verdade. Porque o que se vê como religião hoje não se parece nada com o que Jesus queria que fosse. É tão simples viver como Jesus nos ensinou, mas tão difícil viver como a religião ensina. Deus é tão leve quando não o vemos com os olhos da religião!

Jesus era simples. E quis apenas mostrar às pessoas que existe um jeito leve de viver. Um jeito são simples, mas tão simples que que pode ser comparado com uma moeda perdida em casa.